“A nação está em chamas”, disse o senador Smart Adeyemi para justificar seu pedido de ajuda para que os extremistas muçulmanos não destruam a Nigéria. “O presidente deve estar à altura da situação e trazer pessoas para salvar este país ou seremos consumidos. Não podemos ficar quietos por mais tempo”, declarou o político em entrevista à agência Reuters.
A Missão Portas Abertas aponta que o crescimento da violência na Nigéria colocou o país em 9º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2021, divulgada há poucas semanas: “Durante o período da pesquisa, 3.530 cristãos foram mortos em ações de grupos extremistas como Boko Haram e pastores de cabras fulani”, diz um comunicado da entidade.A porta-voz da Portas Abertas no país afirmou que é essencial que os cristãos de todos os lugares continuem intercedendo a Deus pelos irmãos que têm sofrido na mão dos extremistas:“Estamos observando esses desenvolvimentos de perto. Por favor, permaneçam em oração pela Nigéria”, pediu a missionária, que teve sua identidade preservada por razões de segurança.
Uma igreja batista na aldeia de Manini, em Chikun, foi atacada por militantes fulani durante o culto em 25 de abril. Um fiel foi morto, enquanto outro ficou ferido na ação, que também resultou no sequestro de 4 mulheres, sendo que uma delas havia ficado viúva em um ataque anterior.
“A ação não foi isolada na região, cinco dias antes, homens armados invadiram a Greenfield University, mataram um homem e sequestraram 22 alunos e funcionários. Na ocasião, eles pediram uma quantia equivalente a 1,5 milhão de euros como resgate. Caso o valor não fosse pago, eles iriam eliminar os reféns. Até agora, os corpos de cinco vítimas foram encontrados”, resumiu o comunicado da Portas Abertas.
Quase 1.100 pessoas foram sequestradas em uma janela inferior a um mês. Os casos registrados entre 15 de fevereiro e 12 de março de 2021 incluem a captura de 700 alunos em escolas e universidades. “Por medo de ataques, muitas escolas foram fechadas e os pais estão com medo de mandar os filhos para as aulas. Mas essa situação é comum desde 2020, quando 47% das crianças ficaram fora das salas de aula no norte do país, garantiram os dados da UNICEF. Essa situação piora a marginalização da Nigéria em termos de educação”, acrescenta o texto.A Portas Abertas, no entanto, está mobilizando cristãos ao redor do mundo para oferecer assistência às viúvas que convivem com esses traumas, seja pelo assassinato de seus maridos ou por sofrerem sequestro após ficarem sem seus companheiros.
“Essas sobreviventes precisam de cura para o trauma em todas as áreas da vida. As viúvas cristãs se tornam responsáveis pelo sustento de casa após a morte do marido. Muitos deles foram assassinados por grupos extremistas, como Boko Haram e pastores de cabra fulanis. Encontrar um emprego que pague as despesas, como taxas escolares dos filhos, alimentação e moradia é quase impossível”, relata o comunicado, que convida a conhecer a página do projeto Socorro para Viúvas Cristãs e saber formas de fazer doações para essa causa.