A Comissão Europeia nomeou um novo enviado especial para a promoção da liberdade de religião ou crença fora da União Europeia, após um intervalo de dois anos. O cargo foi criado em 2016, após a sequência das atrocidades cometidas contra as minorias religiosas pelo denominado Estado Islâmico.
A nomeação de Christos Stylianides ocorreu após o término do mandato do ex-enviado especial, Ján Fige, em 2019. Christos foi o ex-comissário europeu para Ajuda Humanitária e Gestão de Crises até 2019, antes de se tornar conselheiro especial para educação em emergências, migração e inclusão da atual vice-presidente da Comissão Europeia, Margaritis A Alliance Defending Freedom International (ADF) disse que a nomeação de Christos ocorre num momento em que a liberdade religiosa está cada vez mais ameaçada em todo o mundo.
Expectativas
O enviado especial tem a tarefa de visitar os locais de perseguição, aumentar a conscientização sobre a violência contra as minorias religiosas e defender a liberdade religiosa.
"Ninguém deve ser perseguido por causa de sua fé. A renomeação de um enviado especial para a promoção da liberdade de religião ou crença fora da UE é um passo importante para mostrar um compromisso real com este direito fundamental", disse Adina Portaru, Conselheira Sênior da ADF Internacional em Bruxelas.
"Lamentamos que este cargo tenha ficado vago por quase dois anos. Esperamos que o novo enviado especial comece rapidamente a trabalhar com foco nas necessidades dos mais perseguidos em todo o mundo”, ressaltou.
A ADF lembrou que o enviado especial desempenhou um "papel decisivo" em garantir a saída segura da mulher cristã, Asia Bibi, do Paquistão, depois que sua sentença de morte por blasfêmia foi anulada em 2018.
Robert Clarke, vice-diretor da ADF International, pediu à UE que faça da liberdade religiosa uma prioridade. "O enviado especial desempenha um papel crucial em trazer à luz os horrores da perseguição religiosa no nível europeu", disse ele.
A função criou consciência sobre algumas das piores e mais persistentes violações dos direitos fundamentais em todo o mundo e ajudou a concentrar os esforços da UE para combatê-las. "A UE não deve apenas continuar, mas intensificar os esforços para proteger a liberdade de religião ou crença em todo o mundo”, concluiu.