Yvonne cresceu em uma pequena cidade do interior chamada Adelong, na Austrália. Ela era filha de libaneses e seu pai era dono do armazém geral.
“Sempre senti que tinha um chamado para servir a Deus e, aos 16 anos, comecei a dirigir a escola dominical. Mais tarde conheci meu marido Alfred e nos casamos”, conta.
Alfred também era do Líbano e dono de uma loja em Sydney, para onde então Yvonne teve que se mudar.
A questão é que ela não poderia ir à igreja, porque Alfred abria a loja todos os dias da semana.
“Senti como se estivesse decepcionando Deus. Então aconteceu a cruzada de Billy Graham em 1959 e eu assisti tudo na televisão da loja. Recomecei minha vida com Jesus, tinha lágrimas escorrendo pelo meu rosto e entendi o perdão”, conta ela.
Apesar do recomeço, Alfred ainda não achava necessário ter de ir à igreja. “Em 1964, voltamos ao Líbano. Significava que eu poderia ir a Jerusalém! Nós dirigimos para Damasco, Jordânia, em todos os lugares! Eu não podia acreditar em meus olhos. Nós estávamos lá na época da Páscoa e foi tão emocionante!”, relembra.
Yvonne conta que seu marido, por não ser cristão, não entendia por que ela estava tão animada, mas ele a ajudou a servir a Deus.
“Voltamos para Sydney e compramos mais duas lojas de esquina. Alfred fechava a loja aos domingos para que eu pudesse ir à igreja, mas ele mesmo não queria ir”, conta.
Experiência com Deus
Durante muitos anos o casal tentou ter filhos, mas Yvonne não conseguia engravidar: “Lembro-me de uma noite em 1962, quando tive um sonho. Alguém de branco disse: ‘Seu filho nascerá em 1º de julho’. Eu pulei na cama e disse: Em que ano?”.
Havia muita ansiedade para a realização daquele sonho, mas Yvonne diz que os anos se passaram e nada aconteceu.
“Em 1965, começamos a procurar adoção e nos candidatamos em fevereiro daquele ano. Normalmente, com adoções, leva muitos anos. Mas o telefone tocou em julho de 1965 e eles disseram: ‘Seu filho chegou’. Seu nome era Michael e ele nasceu em 2 de julho, pouco depois da meia-noite. Ele era o menino mais bonito, a maior bênção para nós. Nós o amávamos até a morte. E todo esse tempo, continuei orando por Alfred, para que ele acreditasse em Jesus”, conta.
Evangelismo
Um dia, no início dos anos 1970, Alfred foi a uma reunião evangelística.
“Estávamos sentados no meio de uma longa fila e o prédio estava cheio. Quando veio o apelo, dei uma cotovelada em Alfred. Em ocasiões anteriores, dei-lhe um empurrãozinho e ele disse que isso o fazia sentar-se com mais força. Mas dessa vez, algo aconteceu com ele”, lembra Yvonne.
“Algo o levantou daquele assento e o fez passar por todas aquelas pessoas. Alfred foi em frente e se comprometeu com Jesus. Ele tinha 50 anos na época. Nunca é tarde demais! Daquele dia em diante, ele teve sede de Jesus. Ele queria o que eu tinha”, testemunha.
Yvonne conta que aprendeu que ela tinha que ser mudada primeiro. “Achei que ... estava fazendo tudo certo. Mas um dia (não muito antes da reunião evangelística), percebi que tinha que me arrepender e pedir perdão a Deus”, relembra.
“Eu tive que deixar Alfred nas mãos de Deus. E Deus trabalhou em sua vida. Isso já faz 50 anos. Mas abrir mão de nossa própria vontade é muito difícil. Acredite, é difícil. Saímos do útero com vontade e continuamos assim. Temos que deixar Deus nos transformar, lentamente”, compartilha.
Legado
Yvonne conta que depois da conversão, seu marido, que já faleceu, se tornou um dos melhores diretores que a igreja deles já teve.
“Ele conhecia a Bíblia de trás para frente. E pude ensinar as Escrituras por 43 anos. Se Alfred não tivesse vindo ao Senhor, eu nunca teria tido esse ministério. Também dirigimos um ministério de oração em nossa casa por 30 anos e visitei três asilos todas as semanas. Eu amei tudo o que pude fazer para o Senhor!”, conta.
Yvonne compartilha seu texto favorito, em 1 Coríntios 10:13: “Nenhuma tentação veio sobre vocês, exceto a que é comum à humanidade. E Deus é fiel...”
“Deus nos transformará! Ele continuará nos ajudando a suportar isso. E Deus nos abençoará cem vezes mais se o amarmos. Isso foi o que aconteceu comigo. É tão emocionante!”, testemunha.