Nesta segunda-feira (7), começou o julgamento da ex-deputada federal Flordelis e de mais quatro pessoas acusadas no assassinato do pastor Anderson do Carmo, em 16 de junho de 2019.
A delegada da Polícia Civil, Bárbara Lomba, foi a primeira testemunha de acusação a ser ouvida na sessão. Lomba conduziu a primeira investigação do caso e negou que a pastora tenha relatado à polícia que fora vítima de abusos sexuais ou violência física cometidos por Anderson.
De acordo com Bárbara, no período em que esteve à frente da Delegacia de Homicídios, a ex-deputada foi ouvida pelos investigadores duas vezes. Ela disse ainda que o casamento de Flordelis e Anderson era aberto.
“Jamais, nem que ele tinha nenhuma atitude reprovável. Pelo contrário, falou muito bem. Que tratava todos com muito respeito, com muito amor. E quando levantamos o telefone dele, ele também tinha esse tratamento com Flordelis”, afirmou, ao ser indagada pelo advogado de acusação Angelo Máximo.
A delegada afirmou que não houve confirmação de que abusos sexuais tenham sido cometidos na casa:
“O que se provou é que as relações eram consentidas”, disse ela.
“[O relacionamento] Era aberto. As coisas eram abertas lá dentro. Havia um casamento e eles, como pastores, se comportavam como num casamento tradicional. Não estou dizendo isso para julgar. Mas é que isso foi importante para a investigação. A gente desmonta algo que era construído de uma outra forma. Era passado como se fosse de outra forma. Não havia um amor de pai e mãe. Pessoas já tinham tido relações com Flordelis, com Anderson.”
Bárbara fez, ainda, uma análise sobre a relação de Anderson e Flordelis:
“Um precisava do outro de alguma forma. Falando muito vulgarmente, ele era o empreendedor e ela, o símbolo.”