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Como a Igreja da Lagoinha de André Valadão promove a “cura gay”

As sessões de uma suposta “reorientação” da sexualidade, conhecida como \"cura gay\", acontecem na Estância Paraíso

Publicada em 21/07/23 às 17:31h - 48 visualizações

por noticiasa sergipe


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 (Foto: Reproduçao )

Mergulhado em uma polêmica sem previsão para acabar, o pastor André Valadão, 45 anos, enveredou por uma pregação movida a intolerância, ao ponto de sua mensagem ir parar no Ministério Público Federal em Minas Gerais.

Desde que criou o movimento “Deus odeia o orgulho”, em junho, no mês do orgulho LGBTQIA+, os ataques do religioso culminaram com uma ação civil pública no MPF mineiro.

O pastor que o líder global da Igreja Batista da Lagoinha, com sede em Belo Horizonte e 700 filiais em cinco continentes, bradou aos fiéis que “Deus mataria” a população LGBTQIA+ e os instou a “ir para cima” deles.

Segundo uma reportagem da Veja, os ataques a comunidade não se restringe apenas às falas transmitidas de Orlando, EUA, mas, pela Igreja Batista da Lagoinha, que promove uma suposta “reorientação” da sexualidade, conhecida como “cura gay”.

A VEJA ouviu relatos de pessoas que passaram pelo processo, a cargo de pastores da Lagoinha. O palco das atividades é a Estância Paraíso, que fica a 40 minutos de BH.

Os retiros ali duram de três a oito dias, custam até R$ 3.000 reais e ficam sob responsabilidade de uma pastora. A promoção da “cura gay” não é explícita.

“Nossos retiros não são só para homossexuais, lésbicas, essas coisas, mas sempre trabalhamos a cura e a libertação interior, e muita gente sai restaurada”, informou uma atendente do local.

Entre os fiéis que passaram pela experiência está a publicitária Cláudia Baccile, 33 anos. Ela conta que nas dinâmicas os participantes são bombardeados com ideias como as de que “a homossexualidade é o pecado extremo” e que quem se envolver em ato sexual dessa natureza “será condenado à morte eterna”“Na época, já me via como lésbica e fui levada a uma sessão de exorcismo”, diz Cláudia.

Outras pessoas que participaram dos retiros se sentiram alvo de violência psicológica na Estância Paraíso, abandonaram a Lagoinha.

“O trabalho é tão forte que as pessoas são induzidas a acreditar que estão demonizadas E é aí que se seguem as sessões de exorcismo”, disse Bob Botelho, pastor gay e fundador da organização “Evangélicxs pela Diversidade”, que passou pela Estância em 2013, para tentar anular a sua homossexualidade.

O passo a passo da “cura” se estende no Ministério Clínica da Alma, também em Minas, um braço da igreja de Valadão, local para onde fiéis são encaminhados para receber ajuda de psicólogos.




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