O regime comunista que oprime Cuba há décadas intensificou sua repressão ao cristianismo e agora muitos seguidores de Jesus têm sofrido com fome extrema por serem vistos como ameaça aos ditadores.
A Missão Portas Abertas divulgou um relato feito por uma voluntária da entidade que vive em Cuba e fez contato através de uma videochamada. “O país passa por
uma intensa crise econômica e social. A fome tem escalado, a ponto de as pessoas
ficarem mais de 20 horas sem comer, o preço dos serviços essenciais continua subindo, além da escassez de itens de necessidade básica”, diz a entidade.
Angela, a voluntária que relatou a situação, disse ainda que o cenário de hoje é muito pior do que se esperava: “O povo cubano não aguenta mais essa situação. Eu pensava que a situação estava ruim há alguns meses, mas não imaginava que se tornaria pior”, desabafou.
Cuba hoje é o 22º país mais hostil aos cristãos em uma lista de 50 onde há perseguição extrema aos seguidores de Jesus Cristo. Angela vive com o marido e a filha no país e serve ao Evangelho oferecendo suporte à igreja local: “A distribuição de alimentos se torna mais racionada a cada mês. Por exemplo, se há um membro com problemas de saúde, eles recebem um certificado para comida extra e leite. Mas, hoje, essa provisão acabou, tanto adultos quanto crianças ficam sem a nutrição básica”.
Em Cuba, todos têm opções limitadas de compras, o que aumenta o problema por haver poucas lojas devido à escassez de alimentos e os preços serem proibitivos para as pessoas, que ficam presas ao que o governo fornece: “Quando era criança, me disseram que eu só podia tomar leite de manhã. Agora, eles não dão mais para as crianças. Não há mais leite, carne, nada. É ainda pior para as mulheres grávidas, elas não recebem a ajuda de que precisam”, lamentou Ângela
Desde os protestos massivos contra o governo em julho de 2021, uma lei recente foi aprovada proibindo manifestações nas redes sociais.
“Em caso de desobediência, as punições envolvem prisões e outras violações dos Direitos Humanos. Tudo para evitar que a mídia internacional comente os protestos”, contou a líder cristã.
Para os cristãos, o contexto é particularmente difícil, pois eles são vistos como ameaças ao regime e sofrem vigilância constante e intensa: “Quando estou no aeroporto, tenho medo de ser interrogada. Um amigo meu foi questionado apenas por curtir uma notícia nas redes sociais”, exemplificou.
Como voluntária local da Portas Abertas, Ângela ajudou a entregar 270 cestas de alimentos para 872 pessoas em necessidade no país no ano passado: “Sabemos que não é suficiente para suprir a escassez de alimentos na ilha, mas é um começo. Oramos para que Deus fortaleça e sustente cada pessoa que enfrenta grande necessidade”, finalizou Angela.